A existência de cada homem tem seu início no ventre de uma mulher. Esse fato por si só seria suficiente para reconhecer a importância da mulher na produção do sujeito que habita cada corpo masculino. Durante nove meses nos confundimos com elas, as mulheres, que nos emprestaram seus corpos para que pudéssemos desenvolver a condição básica para existir: o corpo. A separação rígida entre masculino e feminino é fruto de determinadas condições históricas que nos impuseram a séculos. Essa separação rígida também se converteu em relação de poder que coloca as mulheres na condição de seres inferiores e dependentes dos homens. Muito trabalho ainda será necessário para superar essa distorção que nos desumaniza a todos e todas, buscando um padrão de convivência que reconheça aquilo em que somos diferentes como riqueza e aquilo em que somos iguais como valor que nos coloca no mesmo patamar. Nossas biografias são atravessadas por figuras femininas diversas e com diferentes intensidades. Resgatar essas mulheres através das quais nos conectamos com o mundo feminino é necessário e nos faz bem. O fato é que vivemos “entre mulheres” e foram essas mulheres que de alguma forma mobilizaram e alimentaram a porção feminina que há em cada um de nós.
Quem são essas mulheres? Como elas participaram do nosso processo de humanização? O que aprendemos com elas? Quanto de feminino cabe no meu jeito de viver a masculinidade? Ocultar ou revelar a dimensão feminina de cada um de nós? De onde vem o medo de reconhecer o lugar da mulher na construção da subjetividade masculina?
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